sábado, julho 12, 2008

Me soque com música

Sexta Feira, 12 de Julho... bem que poderia ser 13 que não faria a menor diferença.
Estou ovulando, sinto meu pau sedento, quero resolver a única coisa que falta ser resolvida na minha vida, pelo menos por enquanto.
Não consigo.
Eu bebo pra esquecer a falta que o sexo anda me fazendo.
Não que eu não seja bajulado, eu até sou.
Na verdade percebo os olhares de outras mulheres para mim e isso realmente me conforta.
Mas ainda não consegui quebrar o gelo no lugar mais seco que eu já conheci nos últimos meses e tudo o que queria era poder sentir uma enchente, uma enxurrada.
Seca no sertão.
Por favor chuva bendita irrigue meu sertão veredas pois somos um povo feliz e cantante.
Encho meu pulmão com mais uma tragada no cigarro, me masturbo como um adolescente na puberdade.
O medo de ser pego me excita.
Um olho no peixe e outro no gato.
O frio não me incomoda.
Meu pé está gelado mas a sensação é boa.
Finalmente eu gozo.
Pego um rolo de papel higiênico, desenrolo e limpo minha mão cheia de porra.
Desperdício.
Vou ao banheiro e jogo o papel no lixo.
Lavo minha mão e espremo uns cravos no meu nariz.
Observando meu nariz noto que tenho um leve desvio no septo nasal.
Maldição... ninguém é perfeito.
Volto pro quarto, sento de frente pro computador, meu pau encolhe.
Meus pés estão mais gelados do que nunca.
Eu a amo e sei que ela também me ama.
Acendo outro cigarro, digito meia dúzia de merda aqui e uma pequena depressão me acomete.
Maldito sexo solitário.
Dizem que cocaína e outras drogas estimulantes causam depressão e com a porra da punheta não poderia ser diferente.
Eu tenho certeza que nesse exato momento, em algum apartamento, algum cara solitário também sente essa depressão pós sexo.
Ou seria auto-flagelação?
Escuto uns gritos e gemidos vindos do andar de cima.
Abro um leve sorriso e me pergunto o porque de estar vivendo essa situação.
Em algum lugar ela dorme.
É o seu jeito de fugir da situação constrangedora em que ela nos enfiou.
Eu não a culpo ou pelo menos tento não culpar.
Essa cidade é realmente solitária.
Em algum lugar Rachel chora ouvindo Amy Winehouse e reza pra que sua ídala não morra de overdose.
Fernando se culpa por não se entender e não conseguir suportar a pressão de ficar sozinho, enquanto Silas arranja namoradas em lugares distantes e vive relacionamentos pelo Messenger.
Ligo o rádio e escuto Mick Jagger cantando: "I can´t get no Satisfaction..."
Isso me conforta e faz com que desencane um pouco de achar que o problema sou eu ou meus pelos pubianos um tanto quanto compridos.
Música... maldita música...
Não aquela que eu queria ouvir, cheio de grunhidos e suspiros, mas a música feita por instrumentos.
Só a música salva numa hora dessas... ou conforta.
Ou tenta confortar.
Oh chuva querida chuva.
Acabe com a seca no meu sertão veredas.

"One good thing about music/ When it hits you feel no pain/
One good thing about music/ When it kiss you feel loving/
So hit me with me music/ Hit me with music now yeah"