quinta-feira, janeiro 15, 2009

What part of love don´t you understand?

Era um cara engraçado, amigo para todas as horas, até levava um pouco de sorte com as mulheres e vivia se enroscando em alguns casos que pareciam promissores.
Seu nome era Edgard, ele havia sofrido grandes perdas nos últimos tempos e então decidiu que não seria mais um cara sério com ninguém.

No fundo, ele sabia que não conseguiria ser assim pra sempre, mas mesmo assim tentou.

Se envolvia com o máximo de garotas que conseguia e com isso praticamente vivia um relacionamento de segunda a quinta, com garotas diferentes.

Uma situação um pouco fria, mas mesmo assim não se sentia tão sozinho.

Eis que um dia, Edgard se envolveu com uma daquelas garotas que ele sabia que não conseguiria não se envolver.
Uma verdadeira flor que por mais convidativa que fosse não deveria ter seu perfume experimentado por ninguém, muito menos por ele.

Mas a tentação sempre foi maior e os desafios (ou as mulheres impossíveis) sempre foram um algo mais para Edgard.

Então ele se envolveu e os sinais de que valia pena se arriscar pipocavam por todos os lados. Viveram situações que desafiaram todas as expectativas, obstáculos, vitórias.
Pode-se dizer que em pouco tempo já tinham histórias pra contar por uma noite inteira e uma trilha sonora de fazer inveja: The Cure, Slackers, Little Joy e muitas outras porcarias e suas musiquinhas meigas.

Tudo ia a mil maravilhas e a cada dia que se passava, Edgard se soltava mais e mais.

"... um salto no destino"- dizia ele.

Infelizmente um dia, não necessariamente um belo dia, ele descobre que saltar no destino e saltar em um trem em movimento são a mesma coisa.

Um soco.
Um daqueles que derrubam qualquer lutador de boxe, seguido de mais um belo tombo.
Quanto maior a altura, maior a queda.

Quem entende?
Ele não entende até hoje e vaga pelas ruas da mesma forma que vagava antes, lamentando a má sorte e procurando defeito nele mesmo.

Ele era um pássaro livre, uma alma quase infantil de tão ingênua, daquelas que acreditam em amor e promessas feitas no calor de um foda sensacional.

Um pássaro livre que se recusava a seguir seu destino e seguir voando sozinho.

Uma lagrima escorre pelo seu rosto, a maldita música, repentinamente e inexplicavelmente toca de novo.

Ele escuta vozes dentro da sua cabeça que dizem:
"Hora de encarar o fato, amigo.
“Você não foi feito pra seguir uma vida pacata.”
“Volte pro seu buraco e aguarde o próximo tombo".

Edgard só queria ser especial pra uma pessoa só.

Sem títulos, sem nomenclatura.

Só queria ser feliz e fazer alguém feliz mais uma vez.

Dias após seu tombo, ele ainda atendia aos chamados, da agora, sua amiga Juliana "Flor que não se cheira".

Dava seu ombro "amigo" e o que mais fosse necessário, sempre que ela requisitava sua presença, quando ela se sentia sozinha ou precisava desabafar.

Edgard só foi aprender no dia em que ele precisava muito conversar e desabafar e ao procurar Juliana, escutou um sonoro:
"Puxa... não posso perder minha novela hoje".

Só mais um tombo pra sua coleção.

Só mais um tapa nessa cara mal lavada que ele insiste em ter.

Nunca mais tive notícias de Edgard... dizem que ele voltou pro litoral e outros até dizem que ele virou homossexual.

Mas a verdade é que Edgard com certeza se fodeu.

E que isso sirva de lição para todos aqueles que confiam e acreditam no amor.

Lembre-se:
"Se você não for um ginasta, não pratique saltos por aí. Você com certeza vai se machucar".