terça-feira, outubro 21, 2008

Todas as Noites

Entrou em casa sem fazer muito barulho, era como se sentisse preso, amordaçado.
Começou a gritar e quebrar o amplificador que havia ganho de seu pai. Arremessa-o pela janela e então vai até a geladeira.
Pega uma cerveja, pressiona o bocal e abre a garrafa no antebraço, logo dando um longo gole. Senta e acende um cigarro, dando uma bela tragada no seu Marlboro vermelho.

"...So here I am,doing everything I can
holding on to what I am, pretending I'm a superman
I'm trying to keep the ground on my feet
it seems the world's falling down around me
The nights are all long and I'm singing this song
to try and make the answers more than maybe." (Superman- Goldfinger)

Pega o violão encostado no canto da sala, abandonado havia meses e começa a arranhar algumas notas na esperança de compor alguma coisa, mas nada surge.

Um papel, uma caneta e só desenhos bizarros.

Lembra de um mergulho na praia e de que como olhava pro fundo e só via imagens de gente morta no fundo do mar.
Recorda boas sacanagens feitas no mar e de como sempre teve medo de que o seu sêmen atraísse tubarões (isso de certa o excitava bastante).

Vai ao banheiro, passa um pouco de condicionador no pau e começa a se masturbar.
Puramente físico. Mecânico.
Goza loucamente, derramando seu suco no chão do banheiro.

Deita no sofá e aguarda o sono, perdendo as contas dos carneirinhos que pulam a cerca.

Adormece!

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